Onde a Felicidade NÃO está Presente
Por
Hernandes Dias Lopes*
O rei Salomão entregue às cogitações de seu coração, numa conversa consigo mesmo, disse: “Vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade” (Ec 2.1). Salomão foi o homem mais rico de sua geração. Sua fama era notória. Seu poder era colossal. Seu reino era esplêndido. Mesmo cercado de tanta pompa e luxo, mesmo habitando no pináculo do sucesso, mesmo sendo o rei mais conhecido e famoso de sua geração, perdeu-se nos labirintos de sua própria alma. Enfastiado com o glamour do mundo, Salomão procurou a felicidade em fontes onde ela não estava presente.
Em
primeiro lugar, Salomão buscou a felicidade na bebida (Ec 2.3). Pensou que a felicidade estava
no fundo de uma garrafa. Mas, a alegria do vinho é passageira e as
consequências da embriaguez são danosas. Muitos ainda hoje entregam-se à
bebedeira para a ruína de sua vida, para a destruição de sua reputação e para a
dissolução de sua família. A alegria etílica evapora rapidamente. Não suporta
as crises da vida. A verdadeira alegria está em Deus. Só na presença de Deus há
plenitude de alegria e delícias perpetuamente.
Em
segundo lugar, Salomão buscou a felicidade na riqueza (Ec 2.4-8a). Acumulou bens e granjeou
fortunas colossais. Vestia-se regiamente. Estava cercado de ouro e pedras
preciosas. Mas, o brilho da riqueza não passa de bolha de sabão, tem muito colorido,
mas nenhuma consistência. Salomão mesmo sendo rico e o mais rico de sua geração
não encontrou na riqueza a verdadeira felicidade. A riqueza material é ainda
hoje a alavanca que move as pessoas e o vetor que governa muitos corações.
Quantos relacionamentos são sacrificados! Quantas injustiças são feitas!
Quantos crimes são praticados por causa do amor do dinheiro!
Em
terceiro lugar, Salomão procurou a felicidade nas aventuras sexuais (Ec 2.8b). Proveu para si mulheres e
mulheres. Teve setecentas princesas e trezentas concubinas. Mas, as aventuras
românticas e as paixões carnais não preencheram o vazio do seu coração. Vivemos
numa sociedade erotizada. O sexo é vendido como um produto vital para a
felicidade humana. A indústria pornográfica move bilhões de dólares todos os
anos. Quanto mais, porém, as pessoas se entregam às aventuras sexuais mais
infelizes e vazias elas se tornam. O sexo é bom, puro e deleitoso, mas só é
legitimamente usufruído no âmbito sacrossanto do matrimônio. Dentre suas mil mulheres,
Salomão não encontrou nenhuma sequer, porque a felicidade não está na
multiplicidade de parceiros sexuais, mas na fidelidade do casamento monogâmico.
Em
quarto lugar, Salomão procurou a felicidade na fama. (Ec 2.9,10). Tornou-se grande,
sobrepujou-se a todos os seus antecessores. Abasteceu seu coração com tudo o
que desejou seus olhos, porém, no final reconheceu que todas essas coisas não
passaram de vaidade (Ec 2.11).
Multidões e multidões, ainda hoje, trafegam na passarela da fama sob as luzes
da ribalta. Chegam ao topo de suas realizações e conquistas. Tornam-se famosos,
são conhecidos e reconhecidos no mundo, mas todo esse glamour não preenche o
vazio do coração, não satisfaz aos reclamos da alma, não produz verdadeira
felicidade. Salomão transcendeu a todos os de sua geração em esplendor. O mundo
inteiro olhava para ele com admiração. Todos apostavam que ele era o homem mais
feliz do mundo. Porém, inobstante estar cercado de riqueza, fama e glórias
humanas, nutria em seu coração uma tristeza crônica, pois a alegria que o mundo
dá é rasa, passageira e insuficiente.
No final de sua vida, Salomão
chegou à conclusão de que só o temor de Deus dá sentido à vida (Ec 12.13). Agostinho de Hipona disse
que Deus nos criou para ele e somente na presença dele encontraremos sentido
para nossa vida. Você é uma pessoa feliz? Onde você está buscando a felicidade?
Pare de correr de um lado para o outro. A verdadeira felicidade está em Deus, e
nele somente!
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Publicado originalmente aqui
*Hernandes Dias Lopes é
ministro presbiteriano, escritor e conferencista, pastor colaborador da IP Pinheiros-SP
e diretor executivo da Luz Para o Caminho – LPC.
Publicado originalmente aqui
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