Sinceridade e Verdade: Os Perigos em ser sincero, mas errado
Sincero: adj. Que se expressa de modo direto, sem disfarces; que discursa de modo verdadeiro, sem esconder seus pensamentos, sentimentos ou intenções; Que é expresso ou realizado com franqueza: "desculpas sinceras"; Que denota confiança; verdadeiro: "pai sincero"; Que apresenta carinho, cordialidade: "beijo sincero". (Etm. do latim: sincerus.a.um)¹.
Ao ler a definição acima, a priori, concluímos que sinceridade e verdade são sinônimos. Porém, a despeito da semântica dos termos, sou levado a pensar em como, no cristianismo tupiniquim - se é que posso utilizar tal termo - ser sincero tem galgado ares de absoluto. Certa feita uma pessoa me procurou em particular, confessando 'algumas dificuldades' em sua caminhada cristã. Em suas palavras não havia o menor constrangimento em expor seus pecados, falando acerca deles com certa desenvoltura. Prestei atenção em cada detalhe do que era vomitado ali, até que atônito, ouvi a esdrúxula declaração: "Não escondo nada de Deus (sic). Ele sabe que sou sincero. Davi [o personagem bíblico] era sincero. Cometeu coisas graves, mas ainda assim foi chamado de 'o homem segundo o coração de Deus'". Você entende aonde pensamentos como esses querem chegar?
A Bíblia afirma que o coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17:9). Logo, confiar nele é "suicídio espiritual" - ok, ficou meio dramático, mas é extremamente danoso! -. Declarações como a do parágrafo acima desprezam o que de fato é sinceridade e abraçam o cinismo travestido de piedade. Esse é, portanto, o primeiro perigo. O que era pra ser uma confissão, torna-se um troféu de mau gosto, camuflado com o verniz da falsa espiritualidade. A coisa fica mais complicada quando espontaneidade entra em cena formando um binômio medonho. Essa dupla dinâmica tem arrastado multidões que creem que basta desabafar no colo do pastor, confundindo aconselhamento com catarse. O segundo perigo é a autocomiseração. Ter dó de si mesmo é tentador e um atalho ao tratamento. O sujeito que se vitimiza, no fundo, no fundo, espera uma atitude condescendente de seu ouvinte, manipulando-o a tratá-lo não com a verdade, mas com permissões e aprovações. Ao contrário do que parece, tal atitude revela arrogância em aparentar o que não é.
O rei Davi inúmeras vezes confessou suas falhas, recorreu ao auxílio divino sem meias palavras, mas nunca se apoiou no engodo da auto-justificação. Quando confrontado pelo profeta Natã, tacitamente reconheceu sua iniquidade, arrependendo-se do que havia feito (2 Samuel 12:13; Salmos 51). Confessar pecados é o passo humilhante de quem está quebrantado e arrependido, portanto, o papel da sinceridade está associado ao desejo de ser tratado e restaurado. Sob pretexto de ser sincero, muitos têm escondido no íntimo um desejo de ser visto como um cristão piedoso: "Eu me orgulho de ser humilde!(sic)". As Escrituras não apresentam Davi ou qualquer personagem bíblico como isentos ou imunes ao pecado, pelo contrário! Por se perceberem pecadores, homens e mulheres de Deus reafirmam a si próprios o quão dependentes do Senhor são e precisam ser. "Se há alguém que pode reclamar de injustiça, é Jesus. Ele foi a única pessoa inocente a ser punida por Deus Pai" (R.C. Sproul)².
A Bíblia afirma que o coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17:9). Logo, confiar nele é "suicídio espiritual" - ok, ficou meio dramático, mas é extremamente danoso! -. Declarações como a do parágrafo acima desprezam o que de fato é sinceridade e abraçam o cinismo travestido de piedade. Esse é, portanto, o primeiro perigo. O que era pra ser uma confissão, torna-se um troféu de mau gosto, camuflado com o verniz da falsa espiritualidade. A coisa fica mais complicada quando espontaneidade entra em cena formando um binômio medonho. Essa dupla dinâmica tem arrastado multidões que creem que basta desabafar no colo do pastor, confundindo aconselhamento com catarse. O segundo perigo é a autocomiseração. Ter dó de si mesmo é tentador e um atalho ao tratamento. O sujeito que se vitimiza, no fundo, no fundo, espera uma atitude condescendente de seu ouvinte, manipulando-o a tratá-lo não com a verdade, mas com permissões e aprovações. Ao contrário do que parece, tal atitude revela arrogância em aparentar o que não é.
O rei Davi inúmeras vezes confessou suas falhas, recorreu ao auxílio divino sem meias palavras, mas nunca se apoiou no engodo da auto-justificação. Quando confrontado pelo profeta Natã, tacitamente reconheceu sua iniquidade, arrependendo-se do que havia feito (2 Samuel 12:13; Salmos 51). Confessar pecados é o passo humilhante de quem está quebrantado e arrependido, portanto, o papel da sinceridade está associado ao desejo de ser tratado e restaurado. Sob pretexto de ser sincero, muitos têm escondido no íntimo um desejo de ser visto como um cristão piedoso: "Eu me orgulho de ser humilde!(sic)". As Escrituras não apresentam Davi ou qualquer personagem bíblico como isentos ou imunes ao pecado, pelo contrário! Por se perceberem pecadores, homens e mulheres de Deus reafirmam a si próprios o quão dependentes do Senhor são e precisam ser. "Se há alguém que pode reclamar de injustiça, é Jesus. Ele foi a única pessoa inocente a ser punida por Deus Pai" (R.C. Sproul)².
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¹Verbete sincero.
²SPROUL, C.R. Deus é Santo, Editora Fiel, disponível gratuitamente em versão e-book aqui. Ao clicar no link, basta realizar um rápido cadastro caso ainda não seja membro da seção de recursos do Ministério Fiel.
Bravo, pastor! Concordo plenamente. Sinceridade as vezes nada tem a ver com verdade. Nem tudo q " vem do coracao" merece ser considerado.
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