Cristo cumpriu os dez mandamentos | Mark Jones
Por Mark Jones*
[Leia antes Êxodo 20:1-17]
Adão quebrou os dez mandamentos no Éden.
Mas Cristo guardou os dez mandamentos no “deserto”, sob circunstâncias muito
mais intensas do que aquelas às quais Adão foi submetido.
1) Guardou
o primeiro mandamento. Ele trouxe glória a
Deus o Pai enquanto esteve na terra (Jo
17.4). Temeu, creu, e confiou em seu Pai (Hb 2.13; 5.7; Lc 4.1-12). Cristo zelou pela glória de seu Pai (Jo 2.17) e foi constantemente grato ao
seu Pai (Jo 11.41). Ele prestou
completa obediência ao Pai em todas as coisas (Jo 10.17; 15.10).
2) Guardou
o segundo mandamento. Ninguém jamais cultuou
como Cristo (Lc 4.16). Ele leu,
pregou, orou e cantou a Palavra de Deus com um coração puro (Sl 24.3-4). Ele condenou o falso culto
(Jo 4.22; Mt 15.9). Além disso, aquele que era a imagem visível de Deus não
precisou fazer imagens ilícitas de Deus.
3) Guardou
o terceiro mandamento. Como portador da
imagem de Deus (Cl 1.15), ele
revelou o Pai de modo perfeito (Jo 14.9).
Falou somente aquilo que havia recebido do Pai (Jo 12.49). Em outras palavras, ele jamais tomou o nome de Deus em
vão, mas falou apenas a verdade sobre o Pai e trouxe glória ao Pai por viver em
conformidade com quem ele é (o Filho de Deus).
4) Guardou
o quarto mandamento. “Entrou num dia de
sábado, segundo o seu costume, na sinagoga…” (Lc 4.16). Ele fez obras de piedade, misericórdia e necessidade no
dia de descanso (e.g.: Mc 2.23-28). Além disso, o Senhor do Sábado assegurou
nosso sabá eterno por meio de sua morte na cruz, permanecendo no sepulcro no
sábado, e ressurgindo no domingo.
5) Guardou
o quinto mandamento. Ele sempre fez aquilo
que agradava a seu Pai celestial (Jo
8.29). Sobre a cruz, mesmo enquanto estava morrendo, preocupou-se em cuidar
de sua mãe (Jo 19.27). Ele também
guardou as leis terrenas (Mc 12.17; Mt 17.24-27).
6) Guardou
o sexto mandamento. Jesus preservou a
vida. Ele fez isso física e espiritualmente. Ele salvou pecadores de seus
pecados (Jo 5.40). E também curou
muitas pessoas (Mt 4.23). Foi manso,
gentil, amável e pacífico enquanto esteve na terra (e.g.: Mt 11.29). Sua vida foi de misericórdia e compaixão (e.g.: Lc 18.35-43).
7) Guardou
o sétimo mandamento. Cristo, o marido,
entregou sua vida por sua noiva (Ef
5.22-33). Embora eu não tenha dúvidas de que ele achava algumas mulheres
atrativas, ele jamais cruzou os limites adequados com respeito à interação
entre homens e mulheres, e seus pensamentos sempre foram puros com respeito a
pessoas do sexo oposto (cf. 1Tm 5.2).
8) Guardou
o oitavo mandamento. Cristo doou livremente
(Jo 2.1-11). Ele se opôs ao roubo (Jo 2.13-17). João 2 retrata, entre
outras coisas, Cristo guardando o oitavo mandamento. Aquele que era rico se
tornou pobre para que nós, em nossa pobreza, pudéssemos nos tornar ricos (2Co 8.9).
9) Guardou
o nono mandamento. Ele sempre falou a
verdade (Jo 8.45-47) porque falou
somente as palavras que o Pai lhe havia dado (Jo 12.49). Ele defendeu a verdade porque ele é a Verdade (Jo 1.14, 17; 14.6). Ele não maquiou a
verdade (Mt 23), não a falou fora de
tempo ou a sonegou (Mt 26.64).
10) Guardou
o décimo mandamento. Aquele que é dono do céu e da terra é aquele
que também disse: “As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho
do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc
9.58). Aquele que poderia facilmente saciar sua própria necessidade e
desejo contentou-se com aquilo que vinha da mão do Pai (Lc 4.1-12). Ele não cobiçou aquilo que não era propriamente seu,
mas com paciente resistência recebeu sua herança por meio da cruz.
Nos círculos reformados devemos, em nossa
pregação, fazer um melhor trabalho em explicar como Cristo guardou
perfeitamente a lei. Uma coisa é dizer e sempre repetir: “Jesus guardou a lei
perfeitamente por nós [como um pacto de obras] para que pudéssemos ser salvos”;
mas outra coisa é explicar precisamente como ele guardou a lei e o que estava
envolvido nessa guarda da lei. Ouvir sobre a obediência ativa de Cristo e sobre
a imputação gratuita de Deus a nós, por meio da fé, dessa obediência ativa, não
deve nunca ser algo que se resuma a frases de efeito.
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*O Rev. Dr. Mark Jones é ministro da Faith
Presbyterian Church (desde 2006), uma congregação da Presbyterian Church in America (PCA), em Vancouver (British
Columbia). | Tradução: Márcio Santana Sobrinho Publicado
originalmente aqui.
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