Crescendo com os Salmos - A soberania de Deus
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Parte do território brasileiro visto do espaço (fotografia de satélite). | Imagem: NASA. |
Reina
o SENHOR. Revestiu-se de majestade; de poder se revestiu o SENHOR e se cingiu.
Firmou o mundo, que não vacila. Salmos
93.1
Quando estudamos Teologia mais a fundo,
descobrimos que todas aquelas matérias e conceitos que vimos na Escola Bíblica
Dominical de nossa igreja local estão intimamente interligadas umas às outras,
desfazendo assim o equívoco de pensarmos de modo compartimentalizado – ou departamental.
É óbvio, porém, que Deus sendo inefável, torna impossível esquadrinha-Lo como um sapo dissecado em uma feira
de ciências, ou um cadáver numa aula de anatomia. Deus é conhecido – ou sendo
mais preciso – se dá a conhecer por meio da Revelação (Escrituras Sagradas do
Antigo e Novo Testamento). Toda divisão em matérias ou doutrinas são para
efeito didático e nunca reducionista, humanista ou subjetivista.
Esse é o pressuposto básico de qualquer teologia
séria e sadia (ortodoxa). Todavia, há um atributo de Deus que pode ser
entendido como amálgama de todas as demais doutrinas: a soberania de Deus. Não há como, à luz das Escrituras, tratar
sobre criação, queda, redenção e consumação, sem que se notabilize a eterna
soberania de Deus. Preocupo-me, porém, em tornar essa doutrina essencial mais
amada pela igreja. Há sempre uma tendência em escantea-la a mero detalhe ou
nota de rodapé por não perceber a beleza e a importância que ela tem para a
vida cristã.
Deus
como hashtag: A tragédia de Gênesis 3
Desconfio seriamente de que a razão
principal para não darmos o devido valor e atenção à doutrina da soberania de
Deus seja nosso intenso desejo de sermos autônomos.
Não me refiro à categoria profissional, mas sim à manifestação pecaminosa de
querermos ser mais do que o próprio Deus diz que somos! A primeira e trágica
tentação soou como ‘libertadora’ aos ouvidos e apetites de Eva e Adão (Gênesis
3.1-6). Naquele instante, não bastava ter íntima comunhão com o próprio Deus e
desfruta-Lo eternamente. Para o primeiro casal, entre obedecer e confiar em
Deus, o preferível era mesmo torna-Lo em hashtag
– um assunto, um detalhe, um tema, e não Alguém
por quem e porquê viver.
Invertidos os papeis, o homem passa a “deter”
a primazia. É aí que se inicia o desgosto pela soberania divina, afinal de
contas, reconhece-la requer ser contado entre os filhos (e herdeiros) de Adão.
A autonomia tão sonhada dá lugar à escravidão do pecado.
Soberano
amor
Gosto de observar a maneira como pais
educam seus filhos. Parte porque desejo ser pai, parte porque sou levado à
figura paternal do próprio Deus tão recorrente na Palavra (Salmos 103.8-14;
João 14.9; Romanos 8.16; 1 João 3.1, etc.). Nesse segundo aspecto, percebo que
se não fosse a soberania do Pai em converter um coração egocêntrico e rebelde
como o meu, jamais seria alcançado por tão grande redenção:
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5.8).
E ainda:
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1.11-13).
Podemos descansar em Deus, soberano
SENHOR que não perde o controle jamais. O Salmo 93 ensina que o governo
soberano de Deus (a) garante a
estabilidade do mundo contra todas as forças do caos (vs. 1-4); (b) confirma a fidedignidade de todas
as declarações e ensinos de Deus (v. 5) e (c)
exige a adoração do seu povo (v. 5). O salmo inteiro expressa alegria,
esperança e confiança no Todo-Poderoso.
Bendita soberania! Por que se fossemos
soberanos ou autônomos como alguns insistem em pensar que são, escolheríamos ser
inimigos de Deus, afogados em vontades que nos enchem os olhos e apetecem os
sentidos e prazeres (Gênesis 3.6), mas nos levam à morte (Provérbios 14.12).
"Tudo
o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os
abismos". Salmo 135:6.
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