Deus Criou o Ser Humano Homem e Mulher: O Que Significa Ser Complementarista? (parte 2)
Por John Piper*
Nota
do blog: Esse artigo foi dividido em 3 partes a fim de
proporcionar uma experiência de leitura mais confortável. Portanto, leia antes
a primeira parte aqui [parte 1] e retorne para este texto.
Ilustrando
as nossas diferenças
Em segundo lugar, deixe-me criar uma
ilustração para retratar algumas das diferenças entre a masculinidade e a
feminilidade. Uma imagem pode valer mais que mil palavras — até mesmo a imagem
de uma palavra. Suponha que entre jovens adultos no campus no centro da cidade,
um rapaz e uma moça — digamos com seus 20 anos de idade — estão conversando
entre si antes do culto de adoração. Ele gosta do que ouve e vê, e diz: “Você
está sentando com alguém?” Eles sentam-se juntos. Eles observam como cada um
interage com Deus durante o louvor.
Quando o culto se encerra, enquanto estão
se retirando, ele diz: “Você tem algum plano para o almoço? Eu adoraria te
levar para almoçar.” Nesse momento, ela pode indicar que não esta interessada:
“Eu tenho sim alguns planos. Mas, obrigado.” Ou ela pode indicar o contrário:
“Eu tenho planos, mas deixe-me fazer uma ligação. Eu acho que posso mudá-los.
Eu adoraria ir.”.
Nenhum deles tem um carro, por isso ele
sugere que eles caminhem até o Maria’s
Café, descendo a Avenida Franklin, que fica cerca de 10 minutos da igreja.
Conforme eles vão caminhando, ele descobre que ela é faixa preta em artes
marciais, e que ela é uma das melhores do estado. Na Rua 19 dois homens
bloqueiam o caminho deles de forma ameaçadora e dizem: “Que bela amiga você
tem. Nós queremos a bolsa dela e a sua carteira. Na verdade, ela é tão bonita
que nós queremos ela.” O seguinte pensamento passa pela cabeça dele: “Ela pode
acabar com esses caras.” Mas, ao invés de ficar atrás dela, ele pega o braço
dela, puxa ela para trás dele, e diz: “Se você vai tocá-la, será sobre o meu
cadáver.”
Quando eles começam a agir, ele avança
contra eles e diz para ela correr. Eles batem nele até que ele fique
inconsciente, mas antes de saber o que os atingiu, ela os fez ficarem um de
costas pro outro com seus dentes quebrados. E uma pequena multidão surgiu. A
polícia e a ambulância aparecem e ela entra na ambulância com o jovem rapaz.
Ela tem um único pensamento no caminho para o hospital: Este e é o tipo de
homem com quem eu quero me casar.
Não
é sobre competência
O ponto principal dessa história é
ilustrar que as diferenças mais profundas da masculinidade e da feminilidade
não são competências superiores ou inferiores. Existem, na verdade, disposições
ou inclinações mais profundas escritas no coração, embora muitas vezes
distorcidas. Observe três coisas cruciais.
Primeiro, ele tomou a iniciativa e
perguntou se poderia se sentar com ela e se ela gostaria de almoçar e sugeriu o
lugar e como chegar lá. Ela viu claramente o que ele estava fazendo, e
respondeu livremente de acordo com os desejos dela. Ela entrou na dança. Isso
não diz nada sobre quem tem competências superiores em planejamento. Deus
escreve no coração do homem o impulso da liderança. E a sabedoria para discerni-lo
e apreciá-lo no coração de uma mulher.
Segundo, ele disse que queria levá-la
para almoçar. Ele está pagando. Isso emite um sinal. “Eu acho que isso faz
parte da minha responsabilidade. Neste pequeno drama da vida, eu dou a
iniciativa, eu que pago.” Ela entende e aprova. Ela apoia a iniciativa e
graciosamente aceita a oferta de que ele pagará para ela. Ela dá o próximo
passo na coreografia. E isso não diz nada sobre quem é mais rico ou mais capaz
de ganhar. Isso é o que o homem de Deus sente que deve fazer.
Terceiro, é irrelevante à alma masculina
que uma mulher com quem ele esteja possua maiores competências sobre a autodefesa.
É o seu profundo impulso masculino, dado por Deus, de protegê-la. Não é uma
questão de competência superior. É uma questão de masculinidade. Ela viu isso.
Ela não se sente menosprezada por ele, mas honrada, e ela adorou.
No centro da madura masculinidade está o
bom senso dado por Deus (disposição, inclinação) de que a responsabilidade
primária (não responsabilidade exclusiva) encontra-se com ele quando se trata
de liderança vinculada à iniciativa, a provisão, e a proteção. E no cerne da
madura feminilidade está o bom senso dado por Deus (disposição, inclinação) que
nada disso acarreta em sua inferioridade, mas vai ser uma coisa maravilhosa ver
tais atributos atrelados em um homem, o que a levará a alegremente aceitar e
receber esse tipo de liderança, provisão e proteção.
O
testemunho bíblico
O que nos leva agora à Bíblia. Para
aqueles que discordam dessa visão complementarista a provável crítica seria:
Isso é tudo culturalmente determinado. Não é inato e não é vindo de Deus. Você
está apenas refletindo a casa em qual você cresceu e os preconceitos de sua
infância. É possível. Todos trazem pressupostos e preferências a esta questão.
A questão é: Deus revela a Sua vontade sobre essas coisas em sua palavra?
Vamos olhar primeiro para um texto que
trata do casamento e, em seguida, um lidando muito brevemente com a igreja. Em
ambos os textos, homens humildes, amorosos, que se sacrificam e que se parecem
com Cristo, devem tomar a responsabilidade primária sobre a liderança, sobre a
provisão e sobre a proteção. E as mulheres são chamadas para acompanharem esses
homens, apoiar a liderança, e avançar o Reino de Cristo com toda a amplitude de
seus dons nos caminhos estabelecidos nas Escrituras.
[Continua]
______________
*John Piper é um dos ministros e autores
cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas
publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério
pastoral na Bethlehem Baptist Church,
em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.
¹John Piper refere-se à Bethlehem Baptist
Church, Minneapolis, Minnesota (EUA), onde ele é pastor sênior.
Extraído de: Homens Piedosos
Massa!!!
ResponderExcluir