Cristo e o Dia da Expiação em Levítico 16
Leia
Levítico 16
Levítico - ויקרא (Vayikrá ou Vaicrá)¹ é o terceiro livro da Bíblia. Recebe
essa denominação porque contém a Lei dos sacerdotes da Tribo de Levi, a tribo
de Israel que foi separada por Deus para exercer a função sacerdotal no meio do seu
povo. Levítico é um livro teocrático, isto é, seu caráter é
legislativo; possui, ainda, em seu texto, o ritual dos sacrifícios, as normas
que diferenciam o puro do impuro, a lei da santidade e o calendário litúrgico
entre outras normas e legislações que regulariam a relação do povo com Deus. Se
Êxodo narra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, Levítico é a
prescrição de como esse mesmo povo deveria adorar ao Deus que o libertou.
Sacrifício
temporário
Vamos supor uma situação. Imagine-se em
uma vida onde você possui consciência de um determinado erro, e que este erro
fará com que você receba punições por toda eternidade, das quais você nunca
poderá se afastar, e logo, sofrerá e sofrerá por todas as eras futuras sem fim.
Aterrorizante, não? Agora, é colocado diante de você um único dia, onde se você
participar dos rituais presentes neste dia, receberá uma espécie de perdão temporário, pois no próximo ano,
no mesmo dia e na mesma hora, você deverá novamente estar neste determinado
local a fim de novamente passar pelos rituais, e assim por diante. Agora
amenizou um pouco, correto? Porém, ainda
não é suficiente.
O capítulo 16 trata do Dia da Expiação.
Era o dia sagrado onde eram realizados os diversos sacrifícios, onde o sumo
sacerdote adentrava no santo dos santos e fora do arraial de Israel, outro
animal, desta vez um bode, era usado como expiação por todo o povo. Como disse
no parágrafo anterior, isso ainda não é suficiente. Mas em que medida não é
suficiente? Era suficiente em termos temporários, até que o que é plenamente
suficiente se fez presente, excluindo a necessidade de repetição em tempos e
tempos de tais sacrifícios, Jesus Cristo. Jesus
Cristo foi o nosso dia sagrado, nossa expiação. Jesus Cristo foi o nosso
Sumo Sacerdote. Jesus Cristo foi o sacrifício perfeito para todo àquele que
Nele crê.
Cristo:
o sacrifício perfeito
Na história da redenção, Levítico nos ensina a universalidade do pecado, uma doutrina afirmada por por Jesus (Marcos 7.21-23) e pelo apóstolo Paulo (Romanos 3.23). É nesse ponto que o livro se mostra mais instrutivo para o cristão, pois seus conceitos se cumprem na obra expiatória de Cristo. Ele é o Cordeiro sacrificial perfeito que lava-nos de todo pecado (compare Levítico 1.10 e 4.32, com João 1.29). Sua morte é o resgate por muitos (Marcos 10.45) e o seu sangue purifica de todo pecado (Hebreus 9.13-14; 1 João 1.7). Quando falamos do sacrifício de Cristo,
excluímos toda insuficiência de quaisquer sacrifícios anteriores! Em Cristo,
não necessitamos mais de sacrifícios, pois o próprio sacrifício dele já nos
revelou agora a sua magnífica graça, na qual estamos seguros (Hebreus 9-10). Ele não era
somente o sacrifício, como também era o sumo dos sumos sacerdotes. Cristo de
uma vez por todas rasgou o véu que nos separava do santo dos santos, e nos
garantiu como sacrifício perfeito e definitivo a entrada ao mesmo! Agora não em
um local e uma hora específica, mas sim em todo lugar e a todo o momento. Quando o véu do templo se rasgou na crucificação de Jesus, ficou claro que sua morte abriu o caminho para Deus de modo que todos que cressem tivessem acesso pleno (João 1.12; Mateus 27.51; Hebreus 10.20).
Enquanto Levítico se concentra na importância de manter Israel separado dos povos vizinhos, o Novo Testamento lança luz sobre o Antigo Testamento - não invalidando-o, mas esclarecendo-o conforme Deus se revelava progressivamente. Por isso, o Novo Testamento, insisto em afirmar, fundamentado no Antigo, abre o reino para todas as nações e, desse modo, revoga a observância das leis alimentares (Marcos 7; Atos 10) sem, no entanto, abrir mão dos princípios morais simbolizados nas mesmas (João 17.16; 2 Coríntios 6.14; 7.1).
A partir do sacrifício definitivo de
Cristo, todo o dia é dia para nos relacionarmos com nosso Deus, rogando
ao nosso Pai que permita conhecermos mais uma porção d'Ele, através de sua
Palavra. Portanto, irmão e irmã, usufrua desta magnífica verdade do sacrifício
de Cristo definitivo, o perdão de nossos pecados e o nosso acesso ao santo dos
santos, agora em oração e gratidão ao nosso Deus!
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No cânon hebraico, os títulos de livros ou seções recebem o nome derivado das primeiras palavras ou expressões dos respectivos livros. Por isso, Levítico é chamado de ויקרא que quer dizer "E chamou" (Veja Levítico 1.1). Assim é feita em toda a Torah.
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No cânon hebraico, os títulos de livros ou seções recebem o nome derivado das primeiras palavras ou expressões dos respectivos livros. Por isso, Levítico é chamado de ויקרא que quer dizer "E chamou" (Veja Levítico 1.1). Assim é feita em toda a Torah.
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