Palavras ao vento: Os pronunciamentos da presidente


Dilma Rousseff fala, na Granja do Torto, na abertura da reunião ministerial
de 27 de jan. 2015. Foto: Roberto Stuckert/PR (via EBC).
1 Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, 2 em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. 3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador. (1 Timóteo 2.1-3)

O texto acima manifesta, entre tantas coisas, a preocupação de Paulo em instruir a igreja a investir tempo orando pelas autoridades civis. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, o veterano apóstolo anima ("exorto que...") os demais cristãos a fazerem isso pelo Senhor (v.3). Por essa razão, e por entender que todas as coisas estão debaixo do soberano controle de Deus, não acho conveniente a um cristão fazer troça pública dos governantes. É lícito? Certamente, pois pode ser uma maneira de protestar contra os mandos e desmandos de uma política de governo [refiro-me ao Governo Federal] da qual também discordo frontalmente. Porém, questiono: convém excedermos em zombarias? Edifica? Quantos dos que estão soltando galhofas estão orando e conclamando outros a orarem pelo país e por nossos - sim, quer queiramos ou não, são nossos representantes - governantes? 

Um certo humorista lançou em sua crônica, já há bastante tempo, o bordão Brasil: o país da piada pronta. Tenho que concordar com ele. Os recentes pronunciamentos da presidente da República são verdadeiras peças cômicas, por assim dizer, sem perdermos a elegância. Como todo brasileiro, dou risada pra não chorar - parafraseando Cartola - mas ao mesmo tempo, vencida a tentação de não zombar em público (fazendo muitos tropeçarem), vejo o quanto os discursos da Dilma são sintomáticos de uma liderança que além da improbidade administrativa - vide escândalos de corrupção - sequer tem a mínima competência para retirar progressiva e eficazmente a nação do estado em que se encontra. Abaixo, reproduzo trecho da crônica do J.R. Guzzo:

Não existe registro, nestes últimos seis meses - o tempo corrido desde o começo do segundo mandato de Dilma - , de nenhum pronunciamento da presidente da República sobre a economia que tivesse um mínimo de coerência. Suas declarações mais notáveis (as únicas, até agora, a deixar alguma lembrança) foram para "saudar a mandioca" como uma das "maiores conquistas do Brasil" e informar que descoberta do fogo foi uma das maiores vitórias da "tecnologia". Em uma recente manifestação pública, na inauguração de uma usina de etanol (privada) no interior de São Paulo, disse o seguinte: "O etanol, por ser um combustível verde-amarelo, ele é possível de ser utilizado por todos os veículos que se movimentam no Brasil. Nós somos um dos poucos países que podem dizer isso". J.R. Guzzo (EXAME - edição 1094 | Ano 49 | Número 14 | 5/8/2015, p. 52). Leia o texto na íntegra aqui.

Ironias à parte... Oremos por nossa nação, "... para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito". Creio ser papel de pastores e líderes instruir as ovelhas aos perigos da agenda esquerdista, que é contrária à cosmovisão cristã. Todavia, penso que isso deve ser feito com sabedoria, no temor do Senhor e com seriedade. Quando brincamos excessivamente com isso menosprezamos o zelo em fazer tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10.31) e perdemos rica oportunidade de instruir membros de nossas igrejas que se acham confusos ou até mesmo ignorantes quanto a Política. Essa é ocasião de demonstrar como o pensamento cristão se posiciona baseado em firmes convicções e não em pressupostos contrários à(s) pessoa(s), conforme o mesmo apóstolo Paulo ensinou em Efésios 6.12.

Reflita comigo.
  

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