Ainda não é o fim! | Felipe Sabino
Não poucos cristãos ficam alarmados
diante das tragédias dos nossos dias. Quer estejamos falando de catástrofes
naturais, como o tsunami, ou de decadência moral, como a legalização do
“casamento” homossexual, tais acontecimentos são vistos pelo povo de Deus como
“sinais dos tempos”, como uma prova de que o fim do mundo está próximo. Tais
cristãos, como diria o falecido Greg Bahnsen, fazem exegese de jornal, em vez
de exegese das Escrituras, a única fonte segura acerca do futuro da humanidade.
Não sabemos quando Jesus voltará.
Tragédias como essas e outras bem piores já aconteceram ao longo da história da
humanidade, e foram superadas, com a graça a Deus. O nazismo é um dos mais
claros exemplos. Muitos achavam que Hitler era o próprio anticristo e que Jesus
voltaria naquela geração. Pessoas que vaticinaram isso trouxeram vergonha ao
nome de Deus, e ao seu Evangelho. Anunciaram uma mentira, em vez da verdade
revelada por Deus nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento.
Ora, não somos chamados a prever a
proximidade da vinda do Senhor. Aliás, tal empreendimento é um exercício em
futilidade, pois é impossível saber tal coisa, visto que os anjos não o sabem,
e nem mesmo o Filho (o maior profeta que já pisou nesta terra) segundo a sua
humanidade (Mt 24.36). Somos chamados a viver fielmente, proclamando as boas
novas do Evangelho a uma geração perversa, quer experimentemos perseguição ou
tempos de refrigério e tranquilidade.
Provavelmente Jesus não voltará em sua
geração, leitor. Essa é e será a realidade para a vasta maioria dos cristãos em
toda a história da redenção. Durante quase 2000 anos, milhares e milhares de
cristãos têm experimentado a morte (por perseguição, enfermidades ou velhice),
sem que Jesus tenha voltado. Contudo, mesmo que Jesus não volte na sua geração
(a menos que você esteja lendo esta postagem algumas décadas ou séculos após
2015), não há motivo para tristeza e muito menos desespero. Como disse Moisés,
a nossa vida cedo se corta e voamos; chegamos com muita dificuldade aos oitenta
anos, e o melhor então é canseira e enfado (Salmo 90). Mas quando chegar o
nosso dia de deixar esta terra de sombras, partiremos e estaremos com o Senhor
(Filipenses 1.21-23). Em outras palavras, embora a Segunda Vinda de Cristo
possa demorar ainda séculos ou mesmo milênios, a maioria dos cristãos esperará
no máximo 80 ou 100 anos para se encontrar pessoalmente com Cristo. Assim, em
vez de alarmismo e previsões tolas acerca do fim do mundo, que só envergonham o
Evangelho, precisamos ser confortados e encorajados com essa verdade.
Abandonemos a teologia “The Doors” em
favor de uma postura bíblica diante dos acontecimentos ao nosso redor. Deus não
nos deu uma sequência exata dos eventos que precederão o fim do mundo, mas nos
deu a certeza de que ele está no controle de todas as coisas. Não fomos
chamados a sermos videntes, mas a vivermos por fé, e não por vista (2 Coríntios
5.7).
“This is the End” é uma música boa, mas
uma péssima teologia. Ainda não é o fim!
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Fonte: Monergismo.com
Fonte: Monergismo.com
Massa.
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