JESUS CRISTO, O UNGIDO DO SENHOR, REINA PARA SEMPRE
Por José Mário Silva (Monergismo.com)
O salmo dois, exuberantemente messiânico e
centrado no senhorio de Deus sobre todas as coisas, principia revelando aquela
que é a essência do pecado, a rebelião do homem contra o criador; e a recusa do
homem em se submeter ao governo soberano de Deus. Nesse particular, antes de se
consubstanciar em atos deliberadamente atentatórios contra a lei de Deus, o
pecado é um estado da condição humana marcado por um ser/fazer, que se pretende
emancipado de Deus e indiferente ao santo e justo império da sua “boa, agradável
e perfeita vontade”.
A história é antiga e deita raízes lá no
Jardim no Éden, quando, em infeliz consonância com a serpente, Adão e Eva deram
as costas a Deus e passaram a viver de conformidade com a sua vontade caída e
inteiramente corrompida. É ratificando essa irreverente postura que se abre o
salmo dois.
Os reis da terra se levantam contra o
Senhor; e os príncipes insubordinam-se contra o ungido do Senhor, Jesus Cristo,
e proclamam, em altaneiro som, que não aceitam o senhorio do Filho de Deus; a
sua regência; o seu comando sobre tudo e todos. O gesto é acintoso e sumamente
revelador de corações maus e ingratos para com aquele que é a fonte suprema de
todo o bem; e que nos criou para a promoção do seu justo louvor e da sua
merecida glória.
No salmo em apreço, a impiedade humana é
traduzida na força estilística dos verbos utilizados: “rompamos e sacudamos”.
Tem-se aqui, de modo ostensivo, uma espécie de conspiração contra o Altíssimo.
O uso da palavra “algemas” indicia a pernóstica leitura que o homem pecador faz
do Deus santo, que, por essa ótica distorcida, passa a ser encarado como um ser
mau, que escraviza o homem e o impede de viver a sua vida de forma plena; assim
agindo, o homem ignora, por pura corrupção, que é somente em Deus que encontramos
completa e suficiente satisfação. Ademais, o caráter de Deus é posto em cheque,
da mesma maneira que a serpente fez no malévolo diálogo que travou com Adão e
Eva no Éden.
A resposta de Deus, que não tarde e não
falha consorcia riso santo e furor certeiro. O riso divino é sinalização cabal
de que toda tentativa do homem de viver à revelia de Deus é rematada loucura;
trágica escolha, que receberá, no seu devido tempo, o merecido juízo. Mesmo que
os homens não gostem ou insistam em ignorar, a ira de Deus é uma verdade
recorrentemente ensinada nas Escrituras Sagradas; e da qual somente poderemos
escapar se estivermos abrigados em Jesus Cristo, o nosso bendito Salvador.
Salvador esse que é também Senhor, por Deus constituído como Rei supremo,
aquele cujo reinado jamais terá fim; e diante de quem todas as pessoas, sem
exceção e sem distinção, haverão de se curvar, e confessar que ele é o Senhor.
Por fim, o Deus misericordioso, que não
leva em conta os tempos da ignorância espiritual dos homens, conforme preconiza
o apóstolo Paulo no solene sermão proferido no Areópago de Atenas, apela aos
homens que se arrependam; insta com eles para que abandonem o pecado e “beijem
o Filho”; refugiem-se na insecável fonte da sua maravilhosa graça; da sua
salvífica graça; da sua superabundante graça, infinitamente maior do que o
nosso indigno pecado.
Belíssimo em toda a sua arquitetura
composicional, o salmo dois começa com a rebelião dos homens contra o seu
criador, mas se conclui com a bendita promessa de salvação que Deus faz e
estende a todos os que, confrontados com a impactante mensagem do evangelho,
arrependem-se dos seus pecados e creem na pessoa e na obra redentora do nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.
SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.
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Fonte: Monergismo
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