SERÁ QUE A BÍBLIA TEM FICADO NO BANCO DE TRÁS DO SEU ACONSELHAMENTO?
Conselheiros bíblicos
são os primeiros a afirmar que a Palavra
de Deus é a fonte do nosso aconselhamento e que o Espírito é o agente de
transformação. Mas será que estamos efetivamente comunicando essas verdades aos
nossos aconselhados na prática? Será que estamos realmente dependendo do poder
de Deus por meio de sua Palavra para cativar, confortar e transformar corações?
Será que aqueles que ministram de maneira mais informal dentro de nossas
igrejas compreendem o valor de apontar para a Palavra antes de oferecer um
recurso externo? Ao supervisionar estudantes que estão sendo treinados em aconselhamento bíblico, tenho notado
que eles tendem a rapidamente atribuir tarefas de materiais suplementares, mas
tardam em abrir a Palavra de modo significativo com seus aconselhados. Parece
que é muito mais difícil pesquisar e estudar a Palavra para então explica-la e
com ela dialogar durante a sessão, do que pedir que o aconselhado compre um
livreto ou um livro e o leia.
Penso, no entanto, que é
fundamental que nossos aconselhados entendam a mensagem de que a Bíblia é o
centro do nosso aconselhamento por meio daquilo que acontece na sessão e depois
dela. Deveríamos nos perguntar frequentemente se realmente estamos enfatizando
isso. Será que estou apenas me referindo a verdades das Escrituras? Será que
estamos gastando a maior parte do nosso tempo apenas conversando sobre questões
da vida e pouco tempo na Palavra? Será que aqueles que pretendemos ajudar estão
apenas lendo livretos e ouvindo CDs? Ou estou expondo e incentivando meu
aconselhado a se voltar às valiosas páginas das Escrituras, a fim de que o
Espírito as use e faça seu trabalho? Se um irmão ou irmã vier até você e
perguntar: “Você conhece alguma coisa que poderia ajudar minha irmã que está
lutando com automutilação e depressão? ” Você diria, “Claro que sim! Conheço um
livro tal sobre automutilação do autor fulano”, ou, “você precisa comprar esse
livro sobre depressão do autor sicrano”? Será que não seria melhor recomendar a
Santa Palavra do Deus digno, uma vez que temos buscado apontar as pessoas
primeiramente para a Palavra?
Não quero minimizar a
utilidade de alguns ótimos recursos que estão disponíveis hoje. Eu mesmo
escrevo alguns desses recursos! Entendo que em algumas ocasiões não teremos
mais do que uma oportunidade de oferecer um ajuda significativa. Também não
quero dizer que não devemos atribuir como tarefa o uso de recursos que sejam
fundamentados nas Escrituras. Eles podem ser muito úteis no processo de
aconselhamento. O que gostaria de enfatizar aqui é que a Palavra de Deus não
pode ser deixada em segundo plano em prol de nossos comentários ou dos de
outras pessoas. Devemos apontar as pessoas para a Palavra de Deus (passagens
específicas) nas sessões de aconselhamento e nas tarefas que pedimos, para
então atribuir qualquer outro afazer que envolva livros realmente suplementares
que visem a melhor compreensão e aplicação da Palavra que compartilhamos.
Existe uma diferença
entre essas duas situações. Na última, comunica-se onde as Palavras de vida e
as respostas estão. Pode ser que seja útil partir de uma ou duas passagens de
um determinado recurso. Escolher esses recursos cuidadosamente, que façam uso
correto e abundante das Escrituras, é também muito importante. Obviamente,
tenha também certeza de que o aconselhado esteja abrindo as referências em sua
própria Bíblia e respondendo às próprias Palavras de Deus a ele. Nós não
queremos encorajar aqueles que aconselham a se tornarem fã-clubes de
determinados autores ligados ao movimento de aconselhamento bíblico. Queremos
ajuda-los a se tornar apaixonados pelo Deus da Bíblia e a fazer da Palavra seu
maior tesouro.
Estou simplesmente
propondo que faríamos bem se constantemente nos perguntássemos, “O que
exatamente estou fazendo para criar temor e dependência por parte da pessoa que
estou aconselhando? ” Tenho buscado saturar meu aconselhado nas Palavras de
Jesus? No mínimo, tenho comunicado a importância da Palavra ao ter minha Bíblia
sempre por perto? Tenho levado meus aconselhados a ela?
Não é a desoneração do
coração de alguém, e tampouco nossos “bate-papos santos” sobre conceitos das
Escrituras, que irão ter papel mais essencial no cumprimento da obra de Deus em
um coração. Mas sim as próprias Palavras de Deus. Jesus orou ao Pai, “Santifica-os na Verdade. A tua Palavra é a
Verdade” (João 17:17). Tenhamos,
portanto, certeza de que estamos usando primeira e principalmente a
Palavra—assim manteremos a Bíblia no banco da frente quando estivermos ajudando
pessoas (Salmo 19:7–14; Hebreus 4:12; Salmos 119).
____________
Fonte: Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos (ABCB), disponível aqui | Acesso em 14/11/16.
[Texto de
Stuart Scott, publicado originalmente em inglês (acesse aqui) no site da Association of Certified Biblical Counselors.
Traduzido por Lucas Sabatier.]
Fonte: Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos (ABCB), disponível aqui | Acesso em 14/11/16.
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