AS MENTIRAS QUE AS MULHERES CREEM ACERCA DA SUBMISSÃO BÍBLICA

Por Sharon Dickens*

No meio do culto, escutando o Mez [1] pregar, ela se voltou para mim e exclamou: “Quê!?” Ela estava absolutamente paralisada com o que ele estava dizendo. “De maneira nenhuma me submeterei a meu marido. Não estou de acordo com o que ele disse! ”. Essa é uma das maiores lutas que enfrentam muitas de nossas mulheres que nós encontramos nos bairros pobres [2]. O conceito de submissão é anátema para elas, e para ser honesta, não é só um problema que ocorre nos bairros pobres. Uma de minhas amigas recentemente me recordou que é seu dever não se submeter para que ela possa ensinar a seu marido que ele está equivocado.

Agora, eu sou uma mulher forte, loquaz, capaz e inteligente, que sobreviveu por sua conta durante mais de uma década, porém, creio totalmente no princípio bíblico da submissão. Me submeto a autoridade dada por Deus sobre mim, inclusive quando não gosto do que dizem ou fazem. O faço porque realmente creio que é a chave para uma verdadeira unidade tanto nos lares como nas igrejas. Todavia, em nossa cultura, a verdade de Deus é travestida na mentira de que submeter-se é fraqueza, ou que se nos submetermos vamos ser dominadas, pisoteadas e/ou abusadas.

Por desgraça, há alguns por aí que, igualmente com todas as coisas boas de Deus, abusam do que Ele nos tem dado. Felizmente, contudo, essa não tem sido minha experiência quanto a este assunto. É certo que é necessário força e humildade para submeter-se, sobretudo, se pra começar você é anti-autoridade!

Escute a Cristo, que se humilhou e se submeteu a vontade do Pai, inclusive até o ponto de sua própria morte. Se nos recordamos em João 6.38: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.”. Reflita sobre as glórias de Filipenses 2 quando aprendemos que o Deus que se fez homem, sendo Deus, não estimou o ser igual a Deus como algo a se aferrar, senão que se submeteu a vontade do Pai. Jesus se submeteu e sem dúvida, nós lutamos contra isso. Cremos que nos denigre. Por que? Simplesmente, a submissão bíblica não tem sido ensinada (talvez por medo da cultura dominante?), nem exemplificada, em muitas de nossas igrejas. Considere o seguinte:

·         A submissão não é sujeição, como se um dominasse o outro. Não estamos escravizadas por nossa submissão ou dominadas pela autoridade que está sobre nós. Homens, vocês devem liderar como Cristo. Em outras palavras, a liderança cristã não deve ser opressiva, tirânica ou cruel. Mulheres, vocês devem ser conduzidas voluntariamente como Cristo foi à cruz;

·         A submissão não é fraqueza, ou nunca ter que trabalhar, ou não tomar decisões. Não deixamos nossos cérebros na porta da submissão. Vejamos a Provérbios 31, onde nos encontramos com uma mulher inteligente, capaz, trabalhadora e impressionante. Conservamos a dignidade e o valor em nossa submissão;

·         A submissão não é de todas as mulheres a todos os homens. Uma mulher deve submeter-se principalmente ao Senhor. Como membro de igreja à liderança. Como mulher a seu esposo como cabeça da família. Mas a Bíblia em nenhuma parte sugere que todos os homens têm autoridade sobre todas as mulheres;

·         A submissão também é para os homens. Os homens têm a enorme responsabilidade de submeterem-se, em primeiro lugar, ao Senhor, e em segundo lugar, a autoridade que Deus tem dado aos anciãos [NT: líderes, de onde vem a palavra ‘presbítero’, que sig. ‘ancião’];

·         A submissão não é obediência passiva. Não devemos seguir a homens pecadores que nos incitem a práticas pecaminosas. Não creio que se nos peçam obedecer às cegas, sem usar nossos ‘cérebros bíblicos’. Lembre-se de Raabe, por exemplo, que escondeu os espias violando a lei de seus próprios líderes, foi, de fato, submissa a vontade de Deus. Considere as parteiras israelitas que não mataram a todos os bebês do sexo masculino. Não devemos desprezar a perfeita vontade de Deus em nossa submissão;

·         A submissão não é silenciosa. Podemos influenciar para o bem. Podemos ser escutadas e influenciar os que lideram quando se faz bem e com respeito. Pensa em Abigail quando ela desafiou a Davi em 1 Samuel 25. Ela fez com que sua voz fosse tomada em conta. Não é rebelião não estar de acordo se se faz bem e com respeito.

Para muitas de nós, nossa falta de submissão é produto da falta de confiança. Confiamos na liderança que Deus pôs em nossos lares (nossos esposos) e igrejas (nossos líderes)? Ou somos a mulher de Provérbios 7.11: “... alvoroçada e rebelde”? Estamos simplesmente dando rédea solta à natureza orgulhosa e rebelde? Nosso lar é uma constante luta por liderança, um quadrilátero de luta e poder e cheio de argumentos? Em Provérbios 25.24 lemos que “Melhor é morar só num canto de telhado do que com a mulher rixosa numa casa ampla”. Por que muitas de nós lutamos com a submissão? É uma pergunta massiva com uma resposta pessoal. Uma pergunta que deve ser respondida ante Deus com honestidade. Se não abordamos a raiz de nossa luta com a submissão, seguiremos afetando nossas relações e afetará nossa relação com o Senhor.
“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem; Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada”. (Tito 2:3-5).
Nos bairros de periferia, muitas mulheres têm razões justificáveis – a julgar pelas experiências passadas de homens em suas vidas – para não querer submeter-se. Para ser honesta, seria muito fácil justificar seu comportamento. Muitas foram horrivelmente abusadas e dominadas por homens. Apesar disso, a submissão bíblica é tão contracultural que simplesmente é contrária a corrente matriarcal. É por isso que necessitamos desesperadamente de mulheres maduras e piedosas para testemunhar a submissão de Cristo tanto em casa como na igreja. Também precisamos de homens de Deus que exemplifiquem uma liderança bíblica de maneira semelhante a Cristo para pintar o belo quadro da vida ordenada por Deus sob Seu governo. A submissão piedosa pode ser uma ferramenta muito poderosa em mãos corretas.

Mas todos precisamos submeter-nos a Deus em primeiro lugar! Confie e obedeça Sua direção e ore por ajuda para ser um exemplo de Cristo para outros, homens e mulheres.
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Sharon Dickens é Diretora de Operações e Ministério de Mulheres para 20schemes. Ela tem mais de 26 anos de experiência trabalhando na comunidade, principalmente com as famílias e as pessoas que estiveram ou estão em risco de falta de moradia.
Uma publicação do Ministério 20Schemes.com | Traduzido por Henrique Luna de http://sdejesucristo.org | Acessado aqui, em 01 de jul. 2017.
[1] Mez McConnell, pastor da Niddrie Community Church, Edimburgo, Escócia e fundador do Ministério 20schemes.
[2] A autora se refere a bairros carentes por fazer parte do 20schemes, um ministério voltado para plantação de igrejas nos subúrbios da Escócia. “Scheme” é o equivalente escocês ao nosso “conjunto habitacional”, conhecidos pelos problemas socioeconômicos e de marginalização.

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