Simplesmente discípulo...

    Há, na Palavra de Deus, um senso de simplicidade espantoso e, ao mesmo tempo atraente e belo. Embora complexa ao ponto de serem discernidas apenas espiritualmente (1 Coríntios 2.13-15), as Escrituras não se preocupam em explicar exaustivamente termos, conceitos e situações, o que faz desse aparente paradoxo - simplicidade e complexidade - um deleite à suficiência! Suficiência... palavra fora de moda, desgastada como mão de agricultor, presente na boca de quem teima em permanecer no Caminho.

    O Verbo se fez carne e habitou entre nós, caminhando no meio do povo, imbuído de compaixão. A metalinguagem em essência! Assume a forma de servo e executa o maravilhoso e exitoso plano de fazer discípulos. Discípulos seguem, membros aderem. Discípulos amam [a Deus] e obedecem, membros obedecem - quando obedecem! - e amam [a si mesmos]. Em Antioquia receberam a pecha de 'cristãos', tornando o que era provavelmente pejorativo, em designação.

    "Discípulo" então, foi tornando-se desgastado tal qual "suficiência", também conhecida por "contentamento". Nessa sopa semântica, perdeu-se até mesmo o rumo, posto que até quando "discípulo" voltou às prateleiras e canções, tornou-se programa de crescimento numérico ou título dado a indivíduos que cumpriram a carga horária de matérias e conteúdos programáticos. Há, em nossos dias, quem prefira até mesmo o 'irmão mais honroso' do "discípulo", o apóstolo! Esses, desejam a honra e abominam os sofrimentos e lutas característicos de serem 'enviados' (apóstolos). Não sabem de nada e, muitos [quiçá, todos] não são inocentes!

 

    Pobre de quem não entende a alegria e o privilégio de ser simplesmente discípulo...