Apologética: TALVEZ você esteja fazendo isso errado
"Apologia" vem de uma palavra grega que significa, em linhas gerais e em definição simples, "oferecer/dar uma defesa". Apologética Cristã, então, é o campo que se ocupa em expor e defender a cosmovisão bíblica. Lembro-me de ter tido no seminário apenas uma disciplina diretamente ligada ao tema, muito embora alguns professores se esforçassem em trazer discussões e estimular debates interessantes, a conclusão que chego é que ainda há uma grande lacuna no que diz respeito à apologética nos centros de formação teológica do país. Pelo menos grosso modo.
1 Pedro 3:15,16
A grande questão que pretendo abordar nessa breve reflexão - de maneira superficial, reconheço - é a maneira como temos feito apologética. O texto áureo dessa vasta área de estudos é talvez 1 Pedro 3:15,16: "antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor...".
Irmãos, a apologética não se ocupa em defender a Deus
Nas últimas semanas, o caso Boticário e mais recentemente o Transsexual 'crucificado' na Parada Gay, motivaram acalorados debates e reações do mundo cristão. Aqui e ali, lampejos de sensatez e sobriedade, mas não precisa ir muito longe pra topar com textos encharcados de ódio, condenação e desrespeito recíproco. Não estou sugerindo ser simpático, diplomático ou politicamente correto. Absolutamente não. Mas será que não há, da parte de alguns, uma tentativa de "defender a Deus"?

Mansidão e temor: 'Tem, mas ta faltando...'
Voltando a 1 Pedro 3:15,16, fica claro a disparidade entre o texto bíblico e o tipo de resposta que se dá à sociedade, com a pretensa tentativa de ter caráter apologético. Óbvio que o pecado não pode ser negligenciado nem tratado com leviandade, porém, é preocupante a maneira como alguns pretendem confrontar o pecado com outro pecado. A falta de mansidão e temor na abordagem e/ou nas reações, muitas vezes denunciam a intenção de vencer um debate com um fim em si mesmo. Como responder aqueles que pedirem razão da esperança que há em nós, se Cristo não é santificado em nossos corações (pensamentos, palavras, ações e omissões)? Posicionar-se em favor das Escrituras é - deveria ser - tão natural quanto essencial. Mas não pode, em hipótese alguma, cegar-nos para o entendimento que tanto a salvação quanto o juízo pertencem ao Senhor nosso Deus.
Nesse meio de campo, há dois grandes perigos, mas entre eles existe o equilíbrio. O primeiro é tornar-se alguém que confunde amor com leniência, beirando o politicamente correto deixando de expor a verdade. O segundo é 'transformar-se em Jonas', cuja declaração de fé era irretocável e comovente (Jonas 1:9), mas a prática era de falta de temor, desobediência (mesmo que custasse a vida) e amargura (Jonas 1:12; 4:1-11) para com a grande e iníqua cidade de Nínive. Paga-se o mal com mal, julgando ser a melhor resposta a uma sociedade degradada, carente de esperanças.
Pense nisso!
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