UM SINAL CLARO DE MATURIDADE CRISTÃ | Tim Challies
Por Tim Challies*
Acredito que todos nós sabemos que, como
cristãos, estamos destinados a crescer e amadurecer. Nós iniciamos na fé como
crianças e precisamos nos desenvolver até sermos adultos. Os autores do Novo
Testamento insistem que todos nós devemos fazer esta transição, do leite para a
carne, da mesa das crianças para os jantares de adulto. E apesar de estarmos
cientes que devemos passar por este processo de amadurecimento, muitos de nós
tendem a medir maturidade de formas erradas. Somos facilmente enganados. Eu
acho que isso é especialmente verdade em uma tradição como a Reformada, que
(com razão) coloca uma forte ênfase no ensino e nos fatos da fé.
Quando Paulo escreveu a Timóteo, ele fala
sobre a natureza e propósito da Bíblia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus
e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado
para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).
A palavra perfeito está relacionada à maturidade. Paulo diz que Timóteo, e por
extensão eu e você, somos incompletos, inacabados e imaturos. A Bíblia é o meio
que Deus usa para nos finalizar e completar, trazendo-nos à maturidade.
Mas o que significa ser um Cristão
maduro? Penso que tendemos a acreditar que os Cristãos maduros são aqueles que
sabem um monte de coisas sobre a Bíblia. Cristãos maduros são aqueles que têm
sua teologia de cor e salteado. Mas veja o que Paulo diz: “A fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Paulo não
diz: “A fim de que o homem de Deus seja perfeito e conhecedor da Bíblia de trás
para frente”, ou “Afim de que o homem de Deus seja perfeito e capaz de explicar
e definir o supralapsarianismo versus
o infralapsarianismo.” Ele não diz: “Afim de que o homem de Deus seja perfeito
e capaz de prover um esboço estruturado de cada uma das epístolas de Paulo.”
Todas essas coisas são boas, mas elas não são a ênfase de Paulo. Elas podem ser
sinais de maturidade, mas também podem mascarar imaturidade.
Quando Paulo fala sobre perfeição e
maturidade, ele aponta para ações, para atitudes, para “toda boa obra”. A
Bíblia tem o poder de nos amadurecer, e conforme nos comprometemos a leitura,
compreensão e obediência, necessariamente crescemos na fé. Essa maturidade é
mais evidenciada nas boas obras que fazemos do que no conhecimento que
recitamos. E isso é exatamente o que Deus quer de nós – que sejamos maduros e
benfeitores amadurecidos que se deleitam em fazer o bem para os outros. Essa
ênfase em boas obras é um tema significante no Novo Testamento (veja Efésios 2.10, Tito 2.14, etc.) e a própria razão pela qual Deus nos salvou.
Isso significa que maturidade espiritual
é melhor evidenciada em atos do que em fatos. Você pode saber tudo que existe
sobre teologia, você pode ser uma teologia sistemática ambulante, você pode
gastar uma vida inteira ensinando outros em um seminário, e mesmo assim ser
completamente imaturo. Você irá permanecer sendo imaturo se aquele conhecimento
que você acumulou não te motiva a fazer o bem para os outros. Os Cristão
maduros são aqueles que glorificam à Deus fazendo o bem para os outros, que
externalizam seu conhecimento em boas obras.
É claro que fatos e ações tem relação
entre si, de modo que isto não é um apelo para negligenciar a leitura, o estudo
e o entendimento da Bíblia. De modo nenhum! Quanto mais você conhece da Bíblia,
mais você pode ensinar, reprovar, corrigir e treinar a si mesmo de uma forma
que modele suas ações a te incentivar a fazer as melhores obras da melhor forma
pela melhor razão. Mais conhecimento de Deus através de sua Palavra deveria
conduzir a um maior e melhor serviço aos outros.
Mas, no fim das contas, Cristo viveu e
morreu para “remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo
exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito
2.14). Conhecimento de Deus e sua Palavra são bons. Conhecimento de Deus e
sua Palavra manifestado externamente, fazendo aquilo que beneficie outros – não
há nada que glorifique mais a Deus que isso.
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Publicado originalmente aqui. | Traduzido
por André Carvalho.
*Tim
Challies, pastor da igreja Grace Fellowship, em Toronto, no Canadá, editor do site de resenhas
Discerning Reader e cofundador da Cruciform Press. Casado com Aileen e pai
de três filhos, ele também é blogueiro, web designer e autor de várias obras.
Muito obrigada pelo texto, me fez refletir bastante.
ResponderExcluirQue bom, Helena! Deus te abençoe
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