EMPODERAMENTO FEMININO É TOTALITARISMO SEXISTA
por Percival Puggina. Artigo publicado em
31.03.2017
We
Can Do It! (em português, 'Nós podemos fazer isso!') cartaz de
propaganda criado por J. Howard Miller em 1943 para a
empresa Westinghouse,
Tornou-se, posteriormente um dos principais símbolos do Movimento Feminista.
O vocábulo
"empoderamento" é dos mais horrorosos neologismos criados pela
novilíngua esquerdista. Além de ser uma palavra desajeitada, carrega consigo
aquela desonestidade intelectual que constitui trade mark do esquerdismo articulado e militante. Sempre que a
escrevo, o corretor automático do Word sublinha em vermelho, asseverando-me que
não existe no nosso vocabulário. Contudo, a despeito da informação do
dicionário, ela entrou em vigência, tem vigor e cobra reverências na novilíngua
esquerdista.
Há um esquerdismo honesto. Ele é
alimentado por exóticas convicções e por uma fé que joga ao mar cordilheiras de
realidade, montanhas de péssimas experiências históricas, mas é credor do
respeito que merecem as severas convicções de quem as tem. Em contrapartida, há
um esquerdismo militante profundamente desonesto, que conhece a realidade, fatos
e tratos da história, que tem perfeita noção de seus fracassos e limitações,
mas se mantém laborioso na faina do proselitismo, em vista do poder.
É o caso de um certo feminismo que
usa e abusa do termo empoderamento. Antes de qualquer consideração sobre essa
apropriação parece importante afirmar e reafirmar a dignidade da mulher, o
respeito e o autorrespeito que a dignidade impõe, especialmente, no plano dos
direitos naturais. Não se trata de uma suposta igualdade dos sexos, porque isso
seria lutar contra as desigualdades que a natureza providenciou, mas da igual
dignidade de todos os seres humanos, independentemente das diferenças sexuais
(o esquerdismo militante dirá "gênero").
Não se confunda
empoderamento com reconhecimento de direitos. O sufixo "mento",
derivado do latim "mentum", expressa o resultado de uma ação.
Empoderamento, então, significa a obtenção de poder como ápice de algo que se
faz. Ora, salvo circunstâncias muito particulares, o acesso ao poder independe
gestos de boa vontade, e - menos ainda - de doações voluntárias. Poder,
capacidade de mando, é um natural objeto de disputa. Mulheres das quais se diz
"empoderadas", na vida pública ou no mundo dos negócios, alcançaram
seus bastiões de comando por terem suplantado outros e outras que visavam a
mesma posição. A justiça e a equidade se satisfazem plenamente se quem chegar
ao poder o houver alcançado de modo legítimo, segundo as regras vigentes.
Jamais por ser homem ou mulher. Exemplificando: a chanceler alemã Angela Merkel
e a primeira-ministra do Reino Unido Thereza May chefiam os respectivos
governos porque conquistaram a posição de liderança dentro de seus partidos.
Dilma Rousseff foi empoderada por Lula. Viram no que deu?
Todo movimento que tenha em mira o puro e
simples empoderamento feminino está fora da ordem natural em uma sociedade
democrática. É ensaio totalitário sexista.
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Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora
e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do
Brasil. integrante do grupo Pensar+.
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